sexta-feira, 27 de julho de 2018

Gelataria Trisabores

Gelataria Trisabores



Fins-de-semana de verão rimam com praia, calor e cheiro a maresia. Rimam com pés descalço na areia, sol, leituras. Rimam com frutas frescas, sandes leves e gelados, muitos gelados.
Os dias de pausa já começaram. Finalmente!!!! E os planos também começaram. Férias pedem gelados, certo?
Aqui por este lado adoro gelados de todos os tipos e sabores. Quer dizer... ainda não provei os míticos gelados de bacalhau e sardinha, portanto é melhor dizer que gosto de quase todos os sabores.
Sou maluca por gelados e não passo uma semana sem comer pelo menos um, seja verão ou inverno, estejam 40 ou -5 graus.
Foi no domingo dar um saltinho à Feira do livro em Ponte de Lima aproveitar os vários descontos e depois foi comer um geladinho.
Na esquina de uma pacata praceta, localizada perto da Igreja Matriz , ( e vale muito  a pena admirar o belíssimo exterior da igreja consta que a rosácea é inspirada na da Igreja de São Francisco, no Porto.) A gelataria Trisabores apresenta-nos com uma bonita fachada cor-de-rosa, uns vasos bonitos que adornam a porta e uma esplanada com um toque e requinte Francês.


Dentro é pequenino, discreto, com mesas e cadeiras verde-água e os apontamentos retro primam pela delicadeza, ideal para companhias tão doces como a oferta da casa.
Aqui sente-se logo uma lufada de ar fresco, uma brisa aconchegante, um sopro de felicidade.


As opções pareciam infinitas e os olhos também comem. Esta é uma verdade irrefutável e ai de quem a contradiga, pelo menos na minha presença!
Pedi o morango Melba com três bolas de baunilha, topping de frutos vermelhos, morangos e chantilly e a minha companhia pedeu um gelado com
 álcool com o nome de Iceberg com uma bola de menta e get27.







Há diverso sabores desde os mais clássicos como morango, chocolate e baunilha... aos mais originais como Snickers, Kinder Bueno passando pelo de Kit kat, ovo Kinder, Perna de Pau, tarte de limão entre outros.
Mal o gelado chegou à mesa que fez com que começasse a cantarolar o Fado Toninho, dos Deolinda "Agarrem-nos que nos vamos a ele" dizia eu -e não é que foi mesmo?
Pedi três bolas de gelado e o copo estava uma verdadeira torre de gelado! São quantidades astronómicas. Não que me queixe, bem pelo contrário! Merci!
E é tão bom quando toda uma experiência de sabores começa no olhar, nos detalhes, nos pormenores.
Os gelados são cremosos e deliciosos e saí de lá com um sorriso gigante na cara.
Além dos gelados, há ainda crepes, bebidas quentes e bolos e tartes caseiras que são diferentes todos os dias, como bolo de chocolate, tarte de ruibarbo, tarte de limão merengada entre outros.
Ficamos com a sensação de que este cantinho foi criado para aconchegar o coração dos seus visitantes de uma forma verdadeiramente única.
Um conselho:esqueçam as dietas por uns tempos e provem, é só o que vos digo :)

Até à  próxima.
.

domingo, 22 de julho de 2018

Petisc'art

Petisc'art





Ponte da Barca vila lindíssima, muito pitoresca e calma no mês de Agosto é uma espécie de oásis de boa vida. Há arraiais (S. Bartolomeu, são seis dias de festa rija, aviso já!) vinho verde, prato cheio e o rio Lima para fazer "reset".
Foi num domingo, com uns amigos conhecer algumas das lagoas mais bonitas em Ponte da Barca, paragem obrigatória para quem quer seguir o roteiro turístico da zona. O verde toma conta destes montes cuja presença humana mal se nota.
Vim com a alma cheia e o espaço de memória do telemóvel quase vazio.
São estes dias que dão tempero à nossa rotina e um paladar inesquecível aos dias obsoletos.
E é assim, também que início a minha aventura pelo Petisc'art, um espaço ainda recente que fica no Largo da Misericórdia.



Estavamos deliciados com a golden hour que conseguimos apanhar e aproveitamos para desfrutar um pouco desta tarde de Verão, para abrir ainda mais o apetite, surpresa, das surpresas? Petisc'art estava a um pulinho de nós.
Em altura de santos populares a decoração exterior não podia estar mais bonita, colorida, simples, tudo muito descontraído e com muita pinta, fazia lembrar um arraial. Uma esplanada maravilhosa onde podemos desfrutar de um ambiente mágico, boa música e ainda saborear belos manjares.
Pequeno, íntimo, com uma decoração que liga os elementos rústicos e caseiros, com traços e elementos bem portugueses, o espaço está  desenhado para quem gosta de (bem), estar à mesa. Aqui tudo é inspirado na tradição portuguesa desde a decoração ao nome dos pratos.




Mais do que um restaurante é um espaço que nos leva a viajar no tempo. Com um ambiente muito vintage entramos nas histórias dos vários produtos que nos apresenta. Quem não se lembra das Conservas Minerva? Aqui estamos rodeados de andorinhas, sardinhas de cerâmica, cartazes vintage, uma bicicleta, entre tantas outras coisas.
Um dos pormenores que mais me encantou, os azulejos nas escadas, outro símbolo português,  os tradicionais desenhos em azulejo, que estão espalhados por esse Portugal fora por igrejas, mosteiros, castelos, palácios, universidades, jardins, estações de comboio, halls de hotéis e fachadas de edifícios.
Outro dos pormenores as andorinhas são símbolo de amor e lealdade, mas também de lar e família, sentimentos estes que estão bem enraizados na cultura portuguesa.

























Um grupos de amigos gulosos e tagarelas que partilham as novidades mais fresquinhas e as trivialidades do quotidiano. Adoro reunir boa companhia e cada um pedir um prato diferente para todos degustarem.
Para comer pedimos um hambúrguer Vira com alface, tomate, cebola e queijo cheddar, o hambúrguer Bartolomeu com carne cachena, bacon, cebola caramelizada, grelos salteados, queijo brie e ovo em bolo do caco, pedimos uma sandes tuga e umas tostas com tomate e mozarela.
Veredicto? Achei que tudo estava no ponto, desde a qualidade da carne (senti que estava bem cozinhada e temperada e não que estava a comer borracha seca) o molho das batatas que vinha a acompanhar era viciante. Outro pormenor é que os hambúrgueres são enormes, a senhora  até nos confessou que estão a pensar dar uns babetes para quem comer hambúrgueres.
Para sobremesa, pedimos aquilo que normalmente é uma entrada e que para mim é a grande inovação do espaço, um ferrero rocher de alheira. O resultado é de aparência aos conhecidos bombons de natal, daí o nome "Rocher", mas com pasta da alheira como recheio e finalizado com uma cobertura de amêndoa laminada e com acompanhamento de uma boa compota.




















Para refrescar os lábios e (as ideias!) pedimos um vinho verde da região mas também podem contar com uma vária gama de cervejas.
Se estão de visita à vila, não deixem de passar por este recanto tão especial. Acredito que não se vão arrepender e que vão sair de lá completamente apaixonados. Afinal de contas, os momentos à mesa também são preciosos para a construção de memórias e para a criação de momentos entre amigos.


Até à próxima :)

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Bacalhôa Buddha Eden

Bacalhôa Buddah Eden


Como já devem ter reparado, andar a lourear a pevide é um dos  hobbies que cá  por casa mais amamos. O que há para não gostar em passear, conhecer novos sítios, novas pessoas, descobrir um pouco da história, desanuviar a cabeça?




Aproveitámos o facto de estar a passar o fim-de-semana em Óbidos  (no dia anterior tinha ido ao Óbidos Vila Natal) e visitámos o jardim do Bacalhôa Buddha Eden conhecido também como jardim da paz. Foi em Dezembro e a visita foi organizada pela empresa TravelNorte. Já é segunda vez que visito o jardim, a primeira foi com uns amigos, quando foi ao Festival do Chocolate de Óbidos, isto porque são cerca de quinze a vinte minutos de Óbidos ao jardim.
Tenho pena que a manhã estivesse tão cinzenta, mas o mais importante é que não choveu. Demos corda aos sapatos e fizemos tudo a pé, aproveitando cada recanto. Um cenário digno d' Susana no País das Maravilhas.



A primeira sensação é a de ter sido teletransportada para outra dimensão.
Gosto tanto de conhecer jardins, cidades, de ver cantos escondidos com significado.
Os jardins do Bacalhoa Buddah Eden são isso mesmo, uns jardins com significado. Têm a dimensão de cerca de 35 hectares que foram inicialmente criados pelo comendador, empresário, coleccionador de arte José  Berardo, em resposta à destruição dos grandes budas afegãos de Bamiyan no Afeganistão  (2001), naquele que foi um dos maiores actos de barbarie cultural, apagando da memória obras primas do período tardio da Arte de Gandhara.
Mais do que um passeio turístico o Bacalhoa Buddha Eden é um lugar para quem quer desfrutar de momentos de tranquilidade e paz. É um lindo jardim, bem cuidado e repleto de Budas, lagos, peixes e várias estátuas. Este parece-me um dos locais em que os estrangeiros conhecem mais do nosso país que nós próprios. Os jardins estão divididos em várias culturas e em vários espaços diferentes com a intenção de nos fazer ter várias sensações perante o que está representado. É que não é só passear, aquele lugar leva-nos a parar, respirar, sentir, fechar os olhos o silêncio reina e dá vontade deficar ali em modo retiro espiritual.
Fiquei deslumbrada com a actual exposição ao ar livre de esculturas africanas feitas com pedra, mais especificamente esculpidas pelo povo Shona do Zimbabué que acredita em espíritos ancestrais. Para eles, cada pedra tem um espírito  vivo e o trabalho do artista passa por libertar o espírito da pedra.
Foi óptimo percorrer a pé cada "esconderijo" deste sítio.
As obras de arte de vários artistas são magníficas, as estátuas em pedra a perder de vista deixa-nos de boca aberta, as plantas e árvores um verdadeiro convite a respirar ar de qualidade.
































A escadaria central é o ponto focal do jardim, onde os enormes budas dourados dão calmamente as boas-vindas.
Estima-se que foram usadas mais de 6 mil toneladas de mármore e granito para edificar esta obra monumental.
Um dos motivos principais para ter gostado tanto desta visita é o facto de ter imensos sítios que me fazem lembrar o filme da Mulan ( um dos que mais gosto da Disney) Dá  vontade até de cantar a música Reflention! Um relvado que dá vontade de correr como se estivessemos na "Música no coração" - Yup. I did it.
As estátuas estão divididas por culturas, em espaços próprios. Encontramos estátuas chinesas, africanas, os famosos soldados de Terracota, e ainda algumas estátuas de referência à religião Hindu.
É excelente para crianças porque podem tocar e subir para as estátuas criando um contacto com a cultura mais prático e divertido do que num tradicional museu com distância e segurança.
Durante a visita encontramos ainda, num local mais escondido uma casa na árvore. E quem nunca sonhou ter uma casa na árvore?! Fez as minhas delícias e sonhos de criança. A casa tem dois andares e ainda um baloiço de pneu para intensificar o revivalismo de uma infância nos anos 90.
Desfrutei de toda a flora e fauna invejável, adorei pisar aquele chão com folhas douradas e bolotas gigantes, desfrutar do som da água a correr, deixei-me embrenhar nos arvoredos e caminhos de bambu para observar melhor a mensagem cultural de cada lugar.







A entrada é de quatro euros por pessoa, sendo que crianças até aos doze anos não pagam. À entrada é nos dado um mapa do parque.
É na Quinta dos Loridos onde se produzem alguns vinhos e espumantes da Bacalhôa vinhos de Portugal, pelo que faz todo o sentido, já na saída haver uma loja a vender vinhos. Gostava mesmo que a loja contesse alguma recordação normal, é só uma loja de vinhos. Eu estava mesmo à espera de trazer um mini-buda para casa (para esse sim me dar sorte)
Adorei rever este lugar, cada vez mais bem tratado e a expandir horizontes. Por algumas horas parece que estive a viajar noutro continente.
Já alguma vez cá vieram? Se sim, contem-me nos comentários.


 b

Até à próxima.
Kiss