segunda-feira, 4 de novembro de 2019

O Tatuador de Auschwitz

O tatuador de Auschwitz






Ter colegas de trabalho com quem tiramos impressões e ideias sobre livros é só magnifico. Já andava a querer ler este livro há algum tempo, mas quando soube que uma colega de trabalho o tinha acabei por lhe pedir para me emprestar.
LER, um dos momentos só meus, em que esqueço o que me rodeia e o que que me possa afligir. Todos devemos de encontrar os nossos momentos, os nosso refúgios e os nossos catalisadores de boa energia.

O tatuador de Auschwitz é com certeza um dos melhores e mais emocionantes livros que já li, é quase inacreditável que no meio de tanta dor é possível nascer um amor tão lindo e uma força de luta pela sobrevivência.
Este é um romance verídico sobre Lale, um prisioneiro judeu que é destacado para realizar a tarefa de tatuar outras vítimas recém chegadas ao campo de concentração Auschwitz- Birkenau, e a sua amada Gita, que conhece em Auschwitz e desperta nele uma vontade de não só conquistar a sua liberdade como conquistar o seu amor.
O nascer de uma história de amor verídica no interior de Auschwitz é a prova de que mesmo nas circunstancias mais improváveis, mais negras e mais cruéis, a humanidade nunca se apaga nem dorme. É sem dúvidas um relato cru e sem floreados, com capítulos de cortar a respiração de quem viveu e sobreviveu ao período mais sombrio da Humanidade, marcado por uma brutalidade que ainda parece irreal. Apesar de ser um romance histórico. tem um relato que. infelizmente ainda se aplica a cenários de guerra muito actuais.
Ainda assim, é reconfortante saber que o amor é capaz de sobreviver num cenário no qual só a morte parece imortal. A prova de que, enquanto seres humanos, somos capazes de ser luz e escuridão muitas vezes os dois ao mesmo tempo.
Este foi o livro mais marcante que li sobre o Holocausto.
Li a história de Lale e Gita em menos de uma semana. A história transporta-nos mesmo para aqueles dias de horror , vi todo aquele cenário na minha cabeça a preto e branco.
Deve ser horrível o sentimento de estar sozinho sem saber se a família está viva ou morta.O frio as noites sem dormir. A pele e os ossos a enfraquecer. A vergonha e humilhação. Os maus tratos, as torturas. As experiências medicas as câmaras de gás a morte á queima roupa. Tudo isto feito e vivido por homens e mulheres como nós.
Quero muito visitar Auschwitz, acho que vai ser uma experiência marcante.
Para não esquecer o que aconteceu; para nos lembrarmos do que o Homem é capaz de fazer ao seu semelhante.
"Os que não recordam o passado estão condenados a repeti-lo".
Para perpetuar e honrar a memória de todos os que inocentemente perderam tudo, a dignidade e a vida.
Para darmos valor á nossa liberdade, dignidade e segurança.
Para aprendermos a praticar a gratidão.

E vocês já leram este livro? Quais os livros que me aconselham a ler sobre este período marcante da Humanidade?

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Livraria Centésima Página

Livraria Centésima Página



Querido Novembro




Vamos começar este mês juntos a partilhar coisas bonitas?
Dás-me um feriado, eu dou-te um post sobre um sítio maravilhoso em Braga, pode ser?
Braga é uma cidade de enorme beleza e riqueza patrimonial que alia a tradição á inovação, a memória á juventude á criatividade ao conservadorismo.
Quando eu e as minhas amigas resolvemos passear á quase que um roteiro dos sítios que queremos visitar e foi isso que aconteceu da última vez que visitamos Braga.
A ideia principal era o Brunch no Nórdico Coffee Shop, do que já falei aqui em outro post, mas também visitamos a Livraria Centésima Página.
Muito bem localizada, um espaço exterior calmo e muito agradável em dias de sol, que nos faz sentir numa bolha verde e natural, propiciando uma escapadela da mente em pleno centro da cidade.
A fachada remota ao século XVIII, dela saltam á vista  as molduras das portas e janelas do edifício de dois andares que, desde 2005, acolhe a "Livraria Centésima Página".
Instalada na casa que serviu de residência a Tomé Rolão, um abastado comercial bracarense que se dedicava ao fabrico das sedas. Uma casa de traça barroca desenhada pelo celebre arquitecto bracarense André Soares.
A história do nome da livraria remete para uma citação do filosofo Albert Camus que achei deliciosa: " Se tivesse de escrever um livro de moral, as primeiras noventa e nove páginas escreveria uma só frase: Existe um único dever, o dever de amar".
E desde que nasceu há dez tenta cumprir a regra que o filosofo escreveu na centésima página do seu livro imaginário.
Quando entramos o edifício começamos por subir umas escadas e visitar o andar de cima, com lojas de vestuário, loiça e mobiliário, que são perfeitas para comprar artigos únicos e fora do comum e que merecem, também uma visita.
Bem mas já falamos que a fachada deslumbra, mas o interior é de sonho, estantes repletas de livros desesperadas para que lhes toquemos suavemente na lombada com o indicador e nos percamos na leitura.






Com livros até ao topo, o difícil mesmo vai ser escolher qual o exemplar para levar.
Muito mais do que um local para comprar livros a Centésima Página é um espaço para se conviver com os livros.
A livraria proporciona um ambiente perfeito, tranquilo, sereno, acolhedor e agradável e facilmente esquecemos que estamos no interior de uma loja.
A livraria deixa as suas visitas á vontade para se sentarem a ler o livro que estão a escolher, podendo acompanhar essa história com uma fatia de bolo caseiro, ou se estiver na hora de almoço, por uma sandwiche, uma massa ou uma lasanha disponíveis na cafetaria. Se o tempo convidar, poderá desfrutar do jardim da casa ( na verdade faltou- me visitar o jardim e provar as iguarias caseiras, fica para uma próxima).
Longe de ser uma simples livraria, Centésima Página tem um papel ativo no incentivo á leitura e á cultura, sempre repleta de exposições de fotografia, ilustração , pintura , oferecendo regularmente um calendário de actividades, que conta com a apresentação de livros, workshops, debates, concertos, animações infantis .atelier,  entre outros.





E porque sou uma pessoa que adora trazer recordações de todo o lado acabei por trazer este íman com uma frase de Fernando Pessoa, desta vez "pela mão" de Ricardo Reis, um dos seus heterónimos. Na secundária quando dei Pessoa nas aulas de Português A fiquei completamente fascinada com a sua escrita e com os seus poemas. Sem dúvida que esta é a minha frase preferida de sempre sigo-a como um lema porque acho que cada momento temos que dar 100% de nós! Por fim as minhas meninas fizeram-me a surpresa de me oferecer o íman com a fachada da biblioteca, e eu adorei, ficara guardado como um dia muito especial e em óptima companhia.
Mas claro antes de ir, deixem-me ser cusca e perguntar-vos quais os vossos planos para o fim-se-semana?