domingo, 26 de janeiro de 2020

Filme// Marriage Story

Filme// Marriage Story





Já viram Marriage Story com Scarlett Johansson e Adam Driver? Vejam, tão humano, tão real, tão honesto, cru e violento.
É o filme mais nomeado dos Globos de Ouro. O filme estreou no dia 6 de Dezembro e desde então tem feitos as maravilhas dos críticos e fãs do cinema.
Durante duas horas, o convite inclui os altos e baixos de uma relação que não sobrevive á paternidade, ao adultério, á falta de sexo e á guerra de egos.
Sim , não se deixem enganar pelo que realmente esconde a imagem superficial: o fim do casamento de Nicole e Charlie.
Mas este encenador e esta actriz, bem no fundo continuam a amar-se e o que poderia ser uma separação amigável começa a ser um pesadelo.
Pelo meio, discutem, choram e recordam um amor que os fez crescer e mudar as suas vidas.
As questões legais confundem-se com a emoção e no meio de tanta papelada, fica a incerteza de quem são, quem foram, se algum dia se conheceram e o que podem fazer a seguir!
Porque todos os fins de relações são difíceis e marcantes. a emoção apodera-se de nós e a razão foge-nos pelos dedos.
É um filme que parte os nossos corações aos pedaços. Mesmo sendo uma história sobre separação, que explora os dissabores de deixar de amar, na minha opinião não deixa de ser uma história de amor (ou desamor).
É um filme sobre a vida real no seu melhor e pior, que nos emociona e prende aos protagonistas com a a certeza de que facilmente, estaríamos nós no lugar deles.
Há uma cena especialmente intensa, em que eles discutem, usando palavras como pedras, que atiram um ao outro no desespero da dor, do ressentimento, a total desorientação de quem se encontra num sitio só de gente perdida. A cena acaba com ele ajoelhado, em lágrimas, agarrado ás pernas dela e o olhar dos dois em desespero. E eu estava a ver e a perceber aquela dor toda.
Porque uma separação nunca é fácil, com criança muito menos. É impossível em duas horas de filme não nos revermos em alguma situação.
Marriage Story mostra-nos que as memórias fazem parte, que o sofrimento nos faz crescer e que mesmo que encontremos novos caminhos, nunca esqueceremos os antigos.
Com interpretações soberbas, diálogos tão naturais que poderiam ser os nossos, lágrimas, silencio, olhares que dispensam falas, raiva, desilusão. E é nesta densidade de uma vida que poderia ser a nossa que vemos que as relações não são fáceis.
Marriage Story é bom, na minha opinião não o melhor filme do ano, mesmo assim recomendo muito. É sobretudo a história de um amor para a vida toda que a a dada altura deixa de fazer sentido. É dor, ofensa, magoa, e alienação, mas também a a certeza de que há sentimentos que são eternos e o amor é um deles. Ainda que ás vezes não saibamos muito bem o que fazer com ele.

Digam coisas. Querem discutir alguma parte? o que mais vos fez pensar?

domingo, 19 de janeiro de 2020

Série- Sex Education

Série// Sex Education





Este é o primeiro post do ano. E começo o ano com a partilha de uma série que assisti no final do ano passado e que voltou com uma nova temporada este fim-de-semana.
Confesso que comecei a ver a série por vontade do meu marido, num domingo em que andávamos á procura de séries para assistir os dois. Ele já tinha visto os primeiros episódios, e ainda bem!
Foi a 11 de Janeiro de 2019 que estreou na Netflix "Sex Education" a série que rapidamente se tornou um fenómeno de popularidade.
Em menos de um mês, foi vista por 40 milhões de utilizadores da plataforma de streaming em todo o planeta.
Limitar esta série e definir como a série que fala de sexo, acho pouco. Sim, é muito isso, mas também fala de drogas, da relação com os pais, estatutos, divórcios, assumir a sexualidade.
Esta série conseguiu pegar em todos os clichés da adolescência e das relações ( amorosas e não só) e dar-lhes honestidade e humor. É uma espécie de experiência social.
Nesta história, Otis é filho de um casal de terapeutas sexuais que entretanto se divorciou. O adolescente ficou a viver com a mãe, Jean e cresceu a escutar, ás escondidas, as consultas com os pacientes em casa. Ter passado a adolescência a ouvir conversas sobre sexo de uma certa forma poderia ter feito com que Otis fosse particularmente desenvolvido, e solto, no que toca á sexualidade. A própria mãe faz questão de falar abertamente com o filho sobre o assunto. Mas ainda não é o caso, ele ainda não começou a sua vida sexual.
Otis apanhou o pai a trair a mãe com uma paciente e ficou com um certo constrangimento em relação á sexualidade. Ou seja, na teoria ele é um especialista sobre sexo, mas na prática é um adolescente reprimido. Tudo muda porém, quando Otis se deixa encantar por uma rapariga na escola Maeve que abre uma espécie de consultório de terapia sexual na escola. A ideia é ajudar os colegas a ultrapassar os seus problemas sempre sem os julgar.
Sex Education é uma história de crescimento, é uma série que entra na categoria " coming of age", mas não da forma clássica.
Uma série muito bem escrita , personagens bem construídas, que falam da descoberta da sexualidade e do corpo de forma tão aberta aberta, natural e cómica.
A série traz também uma grande representatividade de personagens tem : negros, brancos, indianos, gays, lésbicas, gordos, magros e não somente aqueles estereótipos que estamos acostumados.
Os meus personagens favoritos são Otis, a sua, algo excêntrica mãe e o seu melhor amigo Eric.
Eric para mim uma das personagens mais interessantes, trabalha a relação entre e sexualidade e a religião. Ele é a minoria dentro da minoria: um homossexual negro, numa família tradicional de origem africana.
Bem certo da sua sexualidade, Eric é um dos pontos de alivio cómico da série, mas não da forma como estamos acostumados a ver. Com suas roupas coloridas, acessórios únicos e makes nada discretas, temos um personagem engraçado, mas bem resolvido e seguro de si.

A segunda temporada chegou á Netflix esta sexta-feira, dia 17 de Janeiro, continua com a mesma filosofia
Resta-me dizer-vos que se apressem para ver para podermos trocar ideias.