quinta-feira, 19 de julho de 2018

Bacalhôa Buddha Eden

Bacalhôa Buddah Eden


Como já devem ter reparado, andar a lourear a pevide é um dos  hobbies que cá  por casa mais amamos. O que há para não gostar em passear, conhecer novos sítios, novas pessoas, descobrir um pouco da história, desanuviar a cabeça?




Aproveitámos o facto de estar a passar o fim-de-semana em Óbidos  (no dia anterior tinha ido ao Óbidos Vila Natal) e visitámos o jardim do Bacalhôa Buddha Eden conhecido também como jardim da paz. Foi em Dezembro e a visita foi organizada pela empresa TravelNorte. Já é segunda vez que visito o jardim, a primeira foi com uns amigos, quando foi ao Festival do Chocolate de Óbidos, isto porque são cerca de quinze a vinte minutos de Óbidos ao jardim.
Tenho pena que a manhã estivesse tão cinzenta, mas o mais importante é que não choveu. Demos corda aos sapatos e fizemos tudo a pé, aproveitando cada recanto. Um cenário digno d' Susana no País das Maravilhas.



A primeira sensação é a de ter sido teletransportada para outra dimensão.
Gosto tanto de conhecer jardins, cidades, de ver cantos escondidos com significado.
Os jardins do Bacalhoa Buddah Eden são isso mesmo, uns jardins com significado. Têm a dimensão de cerca de 35 hectares que foram inicialmente criados pelo comendador, empresário, coleccionador de arte José  Berardo, em resposta à destruição dos grandes budas afegãos de Bamiyan no Afeganistão  (2001), naquele que foi um dos maiores actos de barbarie cultural, apagando da memória obras primas do período tardio da Arte de Gandhara.
Mais do que um passeio turístico o Bacalhoa Buddha Eden é um lugar para quem quer desfrutar de momentos de tranquilidade e paz. É um lindo jardim, bem cuidado e repleto de Budas, lagos, peixes e várias estátuas. Este parece-me um dos locais em que os estrangeiros conhecem mais do nosso país que nós próprios. Os jardins estão divididos em várias culturas e em vários espaços diferentes com a intenção de nos fazer ter várias sensações perante o que está representado. É que não é só passear, aquele lugar leva-nos a parar, respirar, sentir, fechar os olhos o silêncio reina e dá vontade deficar ali em modo retiro espiritual.
Fiquei deslumbrada com a actual exposição ao ar livre de esculturas africanas feitas com pedra, mais especificamente esculpidas pelo povo Shona do Zimbabué que acredita em espíritos ancestrais. Para eles, cada pedra tem um espírito  vivo e o trabalho do artista passa por libertar o espírito da pedra.
Foi óptimo percorrer a pé cada "esconderijo" deste sítio.
As obras de arte de vários artistas são magníficas, as estátuas em pedra a perder de vista deixa-nos de boca aberta, as plantas e árvores um verdadeiro convite a respirar ar de qualidade.
































A escadaria central é o ponto focal do jardim, onde os enormes budas dourados dão calmamente as boas-vindas.
Estima-se que foram usadas mais de 6 mil toneladas de mármore e granito para edificar esta obra monumental.
Um dos motivos principais para ter gostado tanto desta visita é o facto de ter imensos sítios que me fazem lembrar o filme da Mulan ( um dos que mais gosto da Disney) Dá  vontade até de cantar a música Reflention! Um relvado que dá vontade de correr como se estivessemos na "Música no coração" - Yup. I did it.
As estátuas estão divididas por culturas, em espaços próprios. Encontramos estátuas chinesas, africanas, os famosos soldados de Terracota, e ainda algumas estátuas de referência à religião Hindu.
É excelente para crianças porque podem tocar e subir para as estátuas criando um contacto com a cultura mais prático e divertido do que num tradicional museu com distância e segurança.
Durante a visita encontramos ainda, num local mais escondido uma casa na árvore. E quem nunca sonhou ter uma casa na árvore?! Fez as minhas delícias e sonhos de criança. A casa tem dois andares e ainda um baloiço de pneu para intensificar o revivalismo de uma infância nos anos 90.
Desfrutei de toda a flora e fauna invejável, adorei pisar aquele chão com folhas douradas e bolotas gigantes, desfrutar do som da água a correr, deixei-me embrenhar nos arvoredos e caminhos de bambu para observar melhor a mensagem cultural de cada lugar.







A entrada é de quatro euros por pessoa, sendo que crianças até aos doze anos não pagam. À entrada é nos dado um mapa do parque.
É na Quinta dos Loridos onde se produzem alguns vinhos e espumantes da Bacalhôa vinhos de Portugal, pelo que faz todo o sentido, já na saída haver uma loja a vender vinhos. Gostava mesmo que a loja contesse alguma recordação normal, é só uma loja de vinhos. Eu estava mesmo à espera de trazer um mini-buda para casa (para esse sim me dar sorte)
Adorei rever este lugar, cada vez mais bem tratado e a expandir horizontes. Por algumas horas parece que estive a viajar noutro continente.
Já alguma vez cá vieram? Se sim, contem-me nos comentários.


 b

Até à próxima.
Kiss

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