domingo, 27 de janeiro de 2019

A Star is a born

A Star is a born





No fim do ano passado foi assistir o filme "Nasce uma estrela" (A Star is a born) na Casa das Artes e simplesmente adorei toda a produção. Diferente do que muitas pessoas pensam (A star is a born) não é um filme sobre a vida de Lady Gaga, e sim uma história sobre uma garota que canta e compõe canções e que quando menos espera conhece Jackson, um grande astro do Rock.
Sou suspeita porque música é o meu mundo e tudo o que retrate esse meio, regra geral, eu gosto, mas atrevo-me a dizer que mesmo uma pessoa que não tenha grande afinidade por música vai gostar. O filme é um melodrama de estúdio como já não se fazem - para gáudio de alguns, dada a injusta má fama que o género tem - e há que dizer, é um filme do caraças.
Em vez de Bradley Cooper como realizador podíamos ter tido Clint Eastwood e em vez de Lady Gaga podíamos ter visto Beyonce no grande ecrã. Era assim que estava pensado... mas Beyoncé desistiu do papel, Clint Eastwood também saiu do projecto e quando já se pensava que ninguém ia pegar neste remake (o original de 1937) eis que Bradley Cooper decide arriscar. Pegou e a meu ver, ganhou.
Lady Gaga. Uma surpresa. Nunca foi grande fã... a verdade é que no filme adorei, com pouca make up e morena, só o vozeirão. Aqui Gaga literalmente despe-se das suas tradicionais performances extravagantes e entraga-se ao papel de uma jovem cantora. Precisava mesmo deste parêntese para falar de Lady Gaga neste papel, porque só a conseguia ver em figuras excêntricas e esqueci-me de apreciar a voz dela. Neste filme percebi como ela é incrível a cantar, proprietária de uma das melhores vozes do seu tempo. Lady Gaga optou por gravar as cenas de música AO VIVO, porque  ela não queria simplesmente fazer playback!! E, além disso, também temos uma mãozinha dela em parte das letras, escritas exclusivamente para o filme.  Foi ela que me surpreendeu a todos os níveis e é por ela que acho que este filme está imperdível. Sinto que ela faz um bocadinho dela mesma na vida real - jovem introvertida que sonha com uma carreira musical e acaba por vingar - mas está um espanto na mesma.
Bradley Cooper como actor é excelente  (mais uma vez prova porque está entre os melhores) mas como realizador tinha as minhas dúvidas. Para este filme Bradley Cooper teve aulas de voz e de guitarra e algumas das cenas foram filmadas durante os principais festivais de verão. Cooper é citado como uma das pessoas mais influentes e poderosas na indústria de entretenimento americano, assim como um dos homens mais atraentes do mundo por vários meios de comunicação.
A história anda à volta de Ally que tem um talento indiscutível para cantar e compor, porém, nenhuma editora lhe dá uma oportunidade por não se enquadrar no padrão "popstar". Quando conhece Jackson Maine - uma estrela de música country por quem se apaixona - e se vê, a pedido dele num palco, em frente a um público gigantesco e a cantar a sua música, a sua vida muda para sempre. E enquanto Ally ascende para um novo patamar, apenas reservado á fama, ao estrelato e ao sucesso, Jackson vai caindo no esquecimento do público pelo abuso de álcool e drogas. O relacionamento dos dois, no entanto, é abalado pelas recorrentes recaídas de Jack, que se afunda mais e mais enquanto Ally alcança o seu auge profissional. Muitas vezes descrito como um filme sobre música e uma história de amor. Creio que mais visceral que isso, é uma história sobre lealdade. Lealdade para com quem amamos  - nos bons e maus momentos. Um filme sobre superações, dificuldades e confrontos (internos e externos) que as personagens vivem. Com um final que começa a ser previsível a meio do filme não chega para evitar as lágrimas nas cenas finais.
Além da história abordar um drama real, que é o facto dos artistas bem sucedidos refugiarem-se no mundo negro, consegue tocar em temas bem actuais como a fama e o sucesso. E levanta alguns temas cruciais como a beleza o talento e a auteticidade.
Ally (Lady Gaga) é uma miúda que adora cantar, mas que sempre lhe disseram que era demasiado feia, porque tinha um nariz muito grande. Ela deixa que isso a bloqueie e trabalha num restaurante enquanto canta num bar, á noite. Até que ponto consideramos que a beleza é um motivo para termos mais ou menos oportunidades!? A resposta é. . Até ponto nenhum o nosso aspecto não diz nada sobre nós. Mas, não sejamos hipócritas, isso ainda move o mundo em que vivemos, infelizmente. Durante o sua subida para o estrelato Jack dá-lhe o melhor conselho que se pode dar a alguém. Para ela ser autêntica, para ser ela própria, para ser genuína. É o facto de nos mantermos fiéis àquilo em que acreditamos que faz de nós melhores, em qualquer área da nossa vida. Não é o nosso aspecto que define o nosso talento e a nossa autenticidade.
O resto é bom gosto, dignidade e algumas das lágrimas mais genuínas que já caíram numa história destas. Podemos já ter visto isto, podemos saber onde tudo vai acabar, mas a alma está lá, das grandes até às micro-coisas, desde a maneira como Ally (Gaga) cobre a cara de vergonha a cantar Shallow pela primeira vez perante milhares de pessoas,até ao cabelo que Jackson (Cooper) )lhe afasta dos olhos, num diálogo intimista.
A banda sonora é  assim qualquer coisinha. Adoro a música "Shallow" que venceu nos globos de ouro como melhor canção original, e hoje em dia passa em loop cá em casa e no carro,  mas também gosto muito da música " Always remember us this way". Saímos do cinema e fomos logo pesquisar todas as músicas.
É um filme que fica no coração. Eu acho que é pela música. Sempre pela voz da música.
Alguém por aí já assistiu ao filme?
Boa semana para todos

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