quinta-feira, 9 de março de 2017

Trilho da lampreia

Trilho da Lampreia



Este último domingo fizemos o trilho da lampreia. Senti-me a Alice no país das maravilhas descobrindo paisagens deslumbrantes a cada curva.
Já falei aqui algumas vezes da Empresa Nature4 que conta com a iniciativa "12 trilhos, 12 experiências", onde cada mês fazem um trilho diferente.
Podem seguir as iniciativas deles na página de facebook Aqui.

Estas são as do mês de Março




Esta é  a iniciativa do próximo domingo na qual também quero participar.



Este foi o primeiro trilho que fizemos este ano e começamos a fazer checked com o carimbo do lobito no nosso passaporte de pedestrianista. Quando obtermos seis carimbos, estamos automaticamente habilitados a um sorteio que se realizará no final do ano. Entre os prémios estão um cabaz de produtos regionais (muito apetecíveis) ou uma entrada para o Park aventura.




O próximo para quem estiver interessado podem ver pelo meu passaporte é  o trilho da Águia real em Lordelo (Cabreiro) Arcos de Valdevez e são cerca de 7km.




Começamos então o percurso às 9:30 no lugar do Carregadouro em Jolda S.Paio freguesia pertencente a Arcos de Valdevez.
Aquele local onde iniciamos a caminhada outrora foi ponto de passagem para a outra margem e que teve enorme importância para a economia da região. Aí se fazia de barco a passagem de mercadorias e pessoas para a freguesia de Gandra, do concelho de Ponte de Lima.
Avizinhava-se um dia chuvoso mas as condições atmosféricas não nos dissuadiram.



Antes de começarmos a caminhada os nossos monitores fizeram uma breve introdução ao trilho, ao que uma das perguntas era se alguém sabia o nome anterior do rio Lima.

Curiosidades;
Reza a lenda, que guerreiros Celtas durante uma incursão às terras do Lima ao atravessá-lo perderam o seu chefe e a memória das suas origens, pelo que o rio passou a ser chamado de Lethes, ou seja, Rio do esquecimento.


Arrancamos e seguimos sempre pela margem direita do Lima, passando pelas freguesias de Padreiro, Távora e Souto.
Podemos observar as pesqueiras estrategicamente colocadas nas zonas mais estreitas do Lima ou menos perpendiculares à corrente, para a pesca da lampreia.





Logo no início da caminhada fiquei deslumbrada com a paisagem que encontrei. Ora zonas densas de uma verdura extrema com apenas o som dos imensos pássaros que por lá habitam ora zonas de um barulho ensurdecedor da água e dos desníveis que o rio apresenta e se havia zonas em que a água parecia que nem se mexia, havia outras em que a sua rapidez era impressionante com uma força devastadora.
Ainda bem que não chuveu muito nos dias anteriores porque creio que algumas zonas do percurso que fizemos passam o Inverno submerso, tal é a sua proximidade com o rio. O piso é muito regular e acessível e há várias placas a indicar os acessos.
Bem continuamos sempre com um monitor à frente e outro atrás para evitar a desfragmentação do grupo.
Adoro caminhar nesta altura do ano, observar as árvores no seu esplendor, os vários campos agrícolas, adoro o cheiro das mimosas e a sua cor amarelo-alegre o esplendor amarelo dos pom-pons é imbatível e sempre um prenúncio de que a Primavera está próxima.





Chegados à  confluência do Vez, começamos a sua subida, também pela sua margem direita, passando pelas freguesias de Guilhadeses e Santar continuando até ao campo da feira nos Arcos de Valdevez.





Seguindo sempre debaixo de frondosas árvores e uma densa vegetação que ladeia as margens do Vez.



"Em todas as coisas da natureza existe algo de maravilhoso" Aristóteles

Líquenes



Este então trata-se de um período muito apetecível para os pescadores locais, já que a pesca da lampreia é uma actividade com algum impacto social e económico.
A captura da lampreia data de muitos séculos e era feita através da utilização dos buracos naturais existentes entre as rochas à beira-rio.
No século passado a lampreia era abundante nos rios do Norte de Portugal, no Tejo, Guadiana e Zêzere. Desde os anos 60 tem vindo a registar-se um declínio nas capturas. A poluição e a construção de barragens parecem ser a principal causa deste desaparecimento.




A lampreia tem uma classificação pré-histórica ciclóstomo. É um ciclóstomo do grupo dos agnatas, o que significa que não tem verdadeiras mandíbulas nem barbatanas.
Existem 6 espécies em Portugal: lampreia-do-rio, lampreia-do-riacho, lampreia-marinha, lampreia do Nabão, lampreia do Sado e lampreia da costa de prata.
Do mar ao rio. A lampreia é um migrador anádromo: vive no mar e reproduz-se nos rios. Cada fêmea gera milhares de ovos pequenos.
A pesca entre o inverno e a primavera. Há vários métodos de pesca da apanha à  mão, às  redes e armadilhas.
A lampreia é consumida como uma iguaria, vendida a preços relativamente elevados. No nosso país é comida sobretudo em arroz de lampreia e à  bordalesa também a fazem assada no espeto e de escabeche.




Malta, adoro estas caminhadas, gosto mesmo de caminhar em grupo é agradável e divertido, podemos conversar sendo por isso uma fonte de ideias e enrequecimento pessoal. Permite-nos ir falando sobre banalidades e, assim desligar do stress, relaxar e regressar à rotina com uma perspectiva mais positiva. Gratifica-nos e permite-nos conhecer pessoas nova, com diferentes ambições e experiências de vida. Surgem amizades e reencontros.  A relação com elas fomenta o crescimento pessoal.









Penedos dos malandros



A humidade redobrou a intensidade das cores e contrastes, tornando o trilho e as paisagens ainda mais místicas!
Eu vou continuar, sem pressa, a descobrir estes recantos bonitos e vocês?!


Gostam de fazer este género de percursos/trilhos?!
Já fizeram algum que vos deixou deslumbrados?
E lampreia, quem adora?

Uma continuação de uma boa semana para todos.

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