sexta-feira, 22 de março de 2019

Quinta de Maderne// Rota dos Vinhos Verdes

Quinta de Maderne// Rota dos Vinhos Verdes




A rota dos Vinhos Verdes acaba de lançar uma série de caminhadas, de carácter mensal que até Janeiro do próximo ano passam por onze quintas da região dando a conhecer o território, a cultura e a história dos vinhos verdes.
Foi através da Nature 4 que é parceira desta iniciativa que tomei conhecimento destas caminhadas. A Nature 4 que já falei anteriormente aqui no blogue e com a qual já fiz algumas caminhadas é uma empresa que tem a sua actividade baseada na área do turismo, com uma variada oferta em actividades na natureza.
A iniciativa, que se insere nas comemorações dos 110 anos da Região dos Vinhos Verdes, tem ainda um fim solidário, já que o valor da nossa inscrição ( 5 euros por pessoa) reverte a favor de uma instituição de solidariedade social local.
A Quinta de Maderne,  em Felgueiras, foi o primeiro local por onde começou o programa no sábado dia 9 de Março.
A hora de inicio da caminhada estava prevista para as 14:30, infelizmente e com alguns percalços pelo caminho, chegamos atrasados,  a quem peço desde já desculpa e agradeço porque gentilmente esperaram por nós para dar inicio á caminhada.





Logo ao inicio é nos dado um kit que é composto por uma mochila, um boné, um mapa com as regiões dos vinhos verdes e as respectivas informações, uma água e uma barrinha de cereais.
A visita foi guiada pelo proprietário da quinta. Uma figura singular, o sonho de qualquer entrevistador, fala bem, com entusiasmo, tem um conhecimento enciclopédico sobre tudo o que rodeia o seu trabalho e traz sempre pronta uma história ou uma metáfora para contar.
Depois tem curiosidades deliciosas como a história de um brasão familiar.
Uma visita ás vinhas na sua companhia é toda uma masterclass sobre viticultura, natureza e vida em geral.
Eu uma comum mortal com conhecimento zero sobre o assunto, bastou-me o sentido do gosto e um par de ouvidos dispostos a escutar, porque uma coisa é ver vinhas em fotografias e vídeos, outra  é vê-las no local pisar o chão de terra rocha desfeita, sentir o sol a picar-nos a nuca e o pó que se cola ás mãos.
A nossa viagem pelas vinhas inicia-se com a explicação das vinhas e das diferentes castas até á prova do néctar.
Aqui as especificidades chegam-nos através da produção de vinhos de qualidade onde predominam os brancos das castas loureiro, arinto, azal e avesso, tendo no seu alvarinho/trajadura o seu expoente máximo.
Para um bom vinho verde a frescura e o sabor frutado são atributos obrigatórios, não sendo os vinhos de Maderne excepção.
Geograficamente bem localizada, a Quinta de Maderne tem uma exposição solarenga e ao mesmo tempo humidade e frescura, componentes necessários para a produção das especialidades.
Situada em Várzea, no concelho de Felgueiras em plena sub-região do Vale do Sousa, a Quinta de Maderne é uma sociedade familiar que produz vinhos e espumantes variados, para além de kiwis e outros frutos.








Pela caminhada conseguimos ver a produção de kiwis  que inicialmente surge como reforço da exploração agrícola, no entanto, as ligações através do protocolo ao maior grupo mundial de produção de kiwi (Zespri), faz com que Maderne se destaque no mapa da produção de kiwi.
A especialidade centra-se na variedade de kiwi amarelo um fruto menos agre que o habitual kiwi verde, sabor agridoce, que agrada a mais consumidores.
Durante a caminhada passamos ainda por uma zona com espaço de bosque, uma mata com um pinhal adjacente e um pequeno lago.




No final do percurso de quatro quilómetros houve ainda uma prova de vinhos. Quando chegamos o lanche estava á nossa espera ( as típicas cavacas, queijo, compotas, pão-de-ló e o kiwi amarelo da quinta entre outras coisas) perante toda esta mise-en-scéne meti o copo á boca e comecei a experimentar os vinhos da quinta.






Aliada a toda esta experiência a quinta tem dois quartos para quem quiser depois de conhecer a quinta ficar para dormir, e nós fomos conhecer!
São cada vez mais as pessoas, nacionais e estrangeiras  que não se ficam apenas pela degustação do néctar de Baco, mas que querem explorar a região, as paisagens a gastronomia.
O enoturismo é o chamariz mas as regiões dos vinhos verdes tem muito mais para oferecer. O enoturismo em Portugal é uma actividade em franca expansão, tão diversificada quanto a oferta de vinhos produzidos de norte a sul do país.






Por fim e antes de irmos embora a Quinta de Maderne tem também uma loja onde pode comprar além de vinhos, os kiwis da plantação desta mesma quinta, outros vegetais, compotas e louças. Nós trouxemos para casa duas garrafas de vinho para a nossa família puder experimentar.
Em Abril, a caminhada acontece na Quinta do Tamariz, no dia 13. No programa constam ainda a Quinta da Aveleda ( 11 de Maio) o Palácio da Brejoeira (8 de Junho), a Quinta da Covela ( 13 de Julho), a Quinta do Soalheiro ( 10 de Agosto) Quinta da Lixa ( 14 de Setembro), a Rota dos Vinhos Verdes e petiscos de Braga no verde cool ( 12 de Outubro), Quinta das Arcas ( 9 de Novembro) a casa da Tojeira ( 14 de Dezembro) e por fim a Quinta de Santa Cristina ( 11 de Janeiro de 2020) .
Há ainda um cartão de fidelização para o registo das caminhadas. Quem participar num mínimo de seis caminhadas habilita-se ao sorteio de três prémios no final da jornada, que incluem uma estadia na região dos vinhos verdes, um passeio de canoa pelo Rio Vez e uma selecção de vinhos verdes.

Visitar, conhecer, viajar, aprender, abrir horizontes são premissas que estão incutidas na minha pessoa. Portugal é um país de forte tradição vitivinícola, pelo que a descoberta dos seus diferentes vinhos e das regiões onde se produzem, pode ser um excelente pretexto para descobrir também paisagens, património, a cultura e as gentes que aqui vivem.
Espero que gostem das sugestões e que estas dicas sirvam para levantar o copo e fazer um brinde...com vinho verde.


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